Mayakovskiy, 1912


ALGUM DIA VOCÊ PODERIA?
Manchei o mapa quotidiano
jogando-lhe a tinta de um frasco
e mostrei oblíquas num prato
as maçãs do rosto do oceano.

Nas escamas de um peixe de estanho,
li lábios novos chamando.
E você? Poderia
algum dia
por seu turno tocar um noturno
louco na flauta dos esgotos?
1913
(Poemas – Vladímir Maiakóvski. Trad. Haroldo de Campos. Tempo Brasileiro, 1967, p. 53)

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