E de que vale o tempo depois de tantas horas? E de que adianta star brilhando, se elas curvam se sobre mim e vão-se conquanto? O advento vento ad aeterni brando venta e sopra, dilata, e não a traz a mim, senão aos meus voláteis pensamentos que demoram ir-se embora. E a telha de amianto que dormia reza meus lentos devaneios. E vão quebrando cada vão momento em que vejo vastas horas. A madrugada adentre dentro adentro entro, sem piscar, sem porra nenhuma. Vai-te agora, dona dos meus iludidos e desmantelados verbos e adjetivos substantivados. Morra.
horas mortas
E de que vale o tempo depois de tantas horas? E de que adianta star brilhando, se elas curvam se sobre mim e vão-se conquanto? O advento vento ad aeterni brando venta e sopra, dilata, e não a traz a mim, senão aos meus voláteis pensamentos que demoram ir-se embora. E a telha de amianto que dormia reza meus lentos devaneios. E vão quebrando cada vão momento em que vejo vastas horas. A madrugada adentre dentro adentro entro, sem piscar, sem porra nenhuma. Vai-te agora, dona dos meus iludidos e desmantelados verbos e adjetivos substantivados. Morra.
à lira rude
Somos dois amantes
Ainda que tenhamos sonhado juntos
sonhos tão distantes.
Ainda que sejamos apenas somos um sopro de verdade. Mas,
devo agradecer a morte?
A quem devo agradecer? Qual Deus
Jamais serei feliz como aqueles poucos momentos,
caminho pelo ventre, dentre entro.
Padeço.
Fava de luz que sobreveste e cala.
Por mil diamantes, nós-o-pecado-liquido liquidantes.
E por alguns, aqueles
segundos mudos
que ainda insistem habitar-me
obstinadamente
Mesmo que e eu tente persuadi-los a passar.
Porquês não dão-se conta.
porquês não calam.
porquês abismam em si,
ensimesmados.
Porquês somos nós,
por que levou consigo a minha voz?
Porquês causais porquês casuais.
casais. Por que? Por que não mais?
Por que por quais gemidos nunca-me? Por mil ais suprimidos de um grito.
você partiu
fui contigo.
Não tenho amigo.
Por qual sorte de extinção?
Vês bem daí?
Por qua, por que?
por quem serei? Sim, eu sei. Conheço bem.
Por tais e cálidos desertificados,
Névoa de um logo aurorescer de inverno. Levo-a.
Levo comigo.
Portais, por tais serpenteantes espirais
que invadem, voltam e se vitrificam.
Volventes ilações sagazes tornam, contornam meu pescoço e voltam, mais adiante, com seu inebriante veneno. Pra sempre vou contigo.
Sempre-me.
Enfara-los de vírgulas até que se calem também.
Então por todos os quês por tais motivos, porquanto os quais emudeceu-me.
A mim, a vós.
Mas um dia vou sussurrar no seu ouvido
algum pronome errante
da letra
da letra
carta escrita à mão
mas não estou triste nem ansioso,
não queres mais do que ser apenas
porém os versos me perguntam "posso-te"
páginas nem estreitas nem simples
uma confissão de amor
palavras nem belas nem secas,
pinceladas rápidas com lágrimas
Elas não dizem adeus
volto logo...
Belo Horizonte, 11 do junho de 2014
Cláudio,
Quando se tem caráter ainda se tem na vida a própria aventura típica, que sempre se renova.
Quando se tem caráter ainda se tem na vida a própria aventura típica, que sempre se renova.
Nietzsche, Além
do bem e do mal
Não sei ou não sou a pessoa apropriada para contextualizar o
que se passa em minha vida nesse exato momento. Talvez um olhar distante possa
dizer melhor o que sou e como de que forma, mas nunca porque, ajo dessa
maneira. Agi eu venho agudo em minhas notas mais banais, solfejando os tons da
melodia macabra de um opus de Chopin ou coisa assim, um Paganini, um mótuo
perpetuo que não quer ser eterno nesse interminável perpetuar-se sem conclusão,
sem fim.
Como foi que nos conhecemos? Sim eu sei. E como é que estamos
ligados por palavras que constroem a imagem de nossa imaginação? Que no mundo
de reclusão sonhou ser livre de amarras, teve a ilusão da fala, mas in fans nunca disse nem dizer pode
afirmar com eloquentes discursos que jamais foram ouvidos.
Acho que já falamos sobre isso. Acho que todavia porem não chegamos
a esgotar o assunto. Sequer entramos no fato de sermos apenas animais que
afoitos na ansiosos por se autobiografarem lançam-se no abismo do verbo.
Assim que terei que me ausentar por duas semanas, mas não
será pra sempre. São semanas de reabilitação necessárias ao corpo e a alma,
você compreende. Ainda mais que a Copa do Mudo não me apraz nem um pouco. A
vida no gueto está mais que me deixando louco. Uma loucura que já não pede passagem.
E o tempo da estadia na estalagem promete ser vil servil e servir para que me
esqueça de mim mesmo – a verdadeira redenção. A doação completa do amor é quando
não pensamos em nos mesmos, Cláudio.
Agora, cativei meu próximo. Devo cuidar. Sou eterno e
eternamente responsável por você. Quando lembrar meus cabelos amarelados e quem
sabe um principezinho lhe vier a cabeça, saiba que estou lá onde for, do seu
imediato lado, em pensamento, força e glória.
a poesia merece essa memória, esse registro de que fomos, somos, estamos ligados, por um laço interplanetário.
a poesia merece essa memória, esse registro de que fomos, somos, estamos ligados, por um laço interplanetário.
Peço-lhe que administre o blog da melhor maneira que puder. Em
grego falarás e troianos hão de ouvir. Paira então acima do que é bem e mal
pois ninguém sabe a alma que tem, ninguém conhece o que é mal nem o que é bem. Que
nem ânsia nem magoa nem desilusão distante chore. E se algum feiticeiro vier
sonhar sobre tuas inspirações, quando deitado em algum leito loquaz. Ora não se
demore em cortar pedaço a pedaço o duro córtex e jogar fora o que de fato ali
se insinuou.
Ensina teus demônios a seguir suas regras. Conduz teu arado
sobre a ossada dos mortos. Deflora a festa de Afrodite na celebração de Baco,
em gloria aos frutos que Minerva há de gerar mais adiante.
Seja galante, seja o homem que espera a vida. E a vida te dará em dobro. Eu estarei de novo para segurar sua mão e seguiremos juntos pelo deserto que não mais apresentará nenhum traço de aproado desnorteio.
Seja galante, seja o homem que espera a vida. E a vida te dará em dobro. Eu estarei de novo para segurar sua mão e seguiremos juntos pelo deserto que não mais apresentará nenhum traço de aproado desnorteio.
Semeio a paz entre as palavras que hás de criar, e quero que
as faça com primor.
Daquele que encontraste e em contraste contrasta mas convive
eficaz e epifítico encontro, somos um, somos mil, somos um espiral ad eterno
infinito, nova rosa se deflora, nova hora, nova prosa, novo germe de esperança
existencial.
Seja turista acidental no estrangeirismo do verbo, como Borges,
como ontem, como el for...
Amigo, confio essa página a vossa grande pessoa.
Amigo, confio essa página a vossa grande pessoa.
De um sempre Gustavo, mais que nunca,
Abraços de pássaro primaveril,
Poeta sem mágoas,
Gustavo Alvarez Perez
.
himeneo
llaves del clavel
crímenes de la vïola
rubias rosas rojas auroras
aljófar de esponsales
blanco, plata, negro monte, Vênus
ojos dédalos
de soles
alas
sobre el mar
Minas a ferro e fogo é o nome
Minas a ferro e fogo olho do céu furado a ferro em brasa sangra sobre a orbepés de vento sacodem a terra canta-lamenta e chora-ri as costas lanhadas de estrelaso céu, o chão o sustentamorros e vales serra e cidade cristas de pedras secas crispam costas de crocodiloso vento lambe o mar de morros encrespa pegadas de ferro espalhadas por larga extensão
Mayakovskiy, 1912
ALGUM DIA VOCÊ PODERIA?
Manchei o mapa quotidiano
jogando-lhe a tinta de um frasco
e mostrei oblíquas num prato
as maçãs do rosto do oceano.
Nas escamas de um peixe de estanho,
li lábios novos chamando.E você? Poderia
algum dia
por seu turno tocar um noturno
louco na flauta dos esgotos?1913
(Poemas – Vladímir Maiakóvski. Trad. Haroldo de Campos. Tempo Brasileiro, 1967, p. 53)
Papagaio Mudo
Sarro artesanal
em argila e viscoso verde
desleixado xereta atrofiada
china cópia da pata Sêmen novo
silêncio e saliva de rodas
enviar meio à neblina a quente
ausência do trancado
pressa dos armantes dores férias
bajuladores culatra lacaio
ausência do trancado
pressa dos armantes dores férias
bajuladores culatra lacaio
gozo de nuvem frouxa
conforto na garagem espaçosa
fodem -te as delícias
prece de sinos soando
conforto na garagem espaçosa
fodem -te as delícias
prece de sinos soando
seu mundo é quase perfeito
de farinha ombro e pescoço
flexões ao abrigo das nádegas e escombros
como gafanhotos partidos
de farinha ombro e pescoço
flexões ao abrigo das nádegas e escombros
como gafanhotos partidos
Papagaio Mudo
Eu orgulhosamente arrogante
me tornei um bom namorado...
saco de batatas trazidas
diretamente do mercado
você à noite pro jantar
você à noite pro jantar
e não há qualquer ensopado
saco de merda na tigela,
e uma mala cheia de recados
cenouras e rabanetes,
não na bolsa, Deus me livr
eu num recipiente de vidro:
iogurte, cereais e salada
em um caso requintado.
Eu não formigo frascos urbanos,
mas só sei de você
jugulo vestindo opções a prova
confortável e chato!
Aquele dia que eu a via cozinhado
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