à lira rude



Somos dois amantes
Ainda que tenhamos sonhado juntos
sonhos tão distantes.
Ainda que sejamos apenas somos um sopro de verdade. Mas,
devo agradecer a morte?
A quem devo agradecer? Qual Deus
Jamais serei feliz como aqueles poucos momentos,
caminho pelo ventre, dentre entro.
Padeço.
Fava de luz que sobreveste e cala.
Por mil diamantes, nós-o-pecado-liquido liquidantes.
E por alguns, aqueles
segundos mudos
que ainda insistem habitar-me
obstinadamente
Mesmo que e eu tente persuadi-los a passar.
Porquês não dão-se conta.
porquês não calam.
porquês abismam em si,
ensimesmados.
Porquês somos nós,
por que levou consigo a minha voz?
Porquês causais porquês casuais.
casais. Por que? Por que não mais?
Por que por quais gemidos nunca-me? Por mil ais suprimidos de um grito.
você partiu
fui contigo.
Não tenho amigo.
Por qual sorte de extinção?
Vês bem daí?
Por qua, por que?
por quem serei? Sim, eu sei. Conheço bem.
Por tais e cálidos desertificados,
Névoa de um logo aurorescer de inverno. Levo-a.
Levo comigo.
Portais, por tais serpenteantes espirais
que invadem, voltam e se vitrificam.
Volventes ilações sagazes tornam, contornam meu pescoço e voltam, mais adiante, com seu inebriante veneno. Pra sempre vou contigo.
Sempre-me.
Enfara-los de vírgulas até que se calem também.
Então por todos os quês por tais motivos, porquanto os quais emudeceu-me.
A mim, a vós.
Mas um dia vou sussurrar no seu ouvido
algum pronome errante

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